quinta-feira, 14 de abril de 2016

O menino morto


Menino morto, do olhar vazio, madrugadas em claro, das lágrimas no travesseiro.
Menino morto, da alma gélida, coração sangrante, do sangue na pele.
Menino morto, dos cigarros de fuga, bebedeiras de esquecimento, das ressacas de lembrança.
Menino morto, da sexualidade afirmada, das brigas vigorosas com a família, dos festivais de drogas constantes.
Menino morto, que voara alto, caíra num piscar de olhos, estatelou-se.
Menino morto que um dia sonhara em ter um pouco, conquistara um tanto, desistira de tudo.
Morrera desde então.

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